Cada novo amigo é um pedaço reconquistado de nós mesmos. - Friedrich Hebbel

As Palavras são entidades mágicas, potências feiticeiras, poderes bruxos que despertam os mundos que jazem dentro dos nossos corpos, num estado de hibernação, como sonhos. - Rubem Alves

Não há nada de nobre em sermos superiores ao próximo. A verdadeira nobreza consiste em sermos superiores ao que éramos antes. - Esopo

Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda. - Carl Jung

É mais fácil escrever dez compêndios de filosofia do que aplicar um só princípio na prática. - Leo Tolstoi

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Artigo: Ansiedade

A ansiedade pode ser sentida nas mais diversas áreas da nossa vida e, no mundo de hoje, é cada vez mais sentida como um problema que é necessário manter sob o nosso controlo, tornando-se este um assunto bastante discutido. Sendo a ansiedade uma vivência universal, partilhada pelos indivíduos que a sentem de uma forma natural na sua vida e por aqueles que a sentem de uma forma patológica, muitos estudos têm sido feitos sobre a emoção em si, as suas causas, os seus efeitos na vida do indivíduo e os seus mecanismos. A ansiedade, definida como um estado emocional, é, tal como o medo, uma resposta neurofisiológica ao stress sentido. Segundo Hans Selye (1978), stress é a resposta não específica do organismo às exigências a ele impostas. No artigo sobre as fobias, abordei, então, um pouco sobre estes estados emocionais muito próximos (a ansiedade e o medo) e sobre a ansiedade enquanto um sinal de alerta, servindo para avisar sobre um perigo iminente e possibilitando a tomada de medidas para enfrentar a ameaça. Estes estados emocionais são regulados pelo Sistema Nervoso Central, mais precisamente pelo sistema Nervoso Autónomo, que desempenha um papel importante em situações de emergência, do qual fazem parte as supra-renais Diversos estudos foram feitos pelas neurociências, que desmontaram e desenvolveram este processo, tendo sido encontrados dois caminhos prováveis para a informação e desencadeamento da respectiva resposta de ansiedade. Inicialmente julgava-se existir apenas um, que levava a informação captada pelos nossos sentidos até ao tálamo, seguindo daí para outras áreas de processamento sensorial no neocórtex, onde esta é processada e compreendida através de outras aprendizagens, enviando finalmente a mensagem à amígdala e ao hipocampo para que a informação fosse comparada com outra já conhecida, sendo desencadeada a resposta a partir deste ponto (Goleman, 2002). LeDoux (1986 cit. por Goleman, 2002) detectou, no entanto, percursos neuronais seguidos pelas emoções que não passam pelo neocórtex, não sendo portanto racionalizadas. Este segundo caminho, chamado de atalho na revista TIME (2002), refere-se a uma menor quantidade de informação que sai do tálamo directamente para a amígdala e o hipocampo, local de “armazenamento-chave da memória” Da amígdala partem mensagens para todas as principais partes do cérebro. Daqui sai informação para o córtex pré-frontal (local que pode bloquear a resposta ansiogénica), assim como, caso a amígdala faça soar o alarme, são activados o hipotálamo, o tronco central e o sistema nervoso autónomo (via medula espinhal). O hipotálamo, responsável por manter a homeostase e regular o comportamento que é crítico para a sobrevivência da espécie, segrega a hormona que prepara o corpo para as respostas de emergência, desencadeando a reacção luta-ou-fuga através de processos secundários. O sistema nervoso autónomo activa a mais diversa gama de respostas no sistema cardiovascular, nos músculos e no estômago. No tronco central, o locus ceruleus produz noreprinefina (também conhecida por “noradrenalina”), espalhando-a pelo cérebro e deixando-o basicamente em estado de alerta. “A maior parte destas mudanças ocorre fora do consciente”, no entanto, “quando a ansiedade que era inconsciente se torna consciente”, a amígdala dispara novamente uma série de respostas já bem conhecidas de toda a sintomática da ansiedade e “toda esta sequência – da incerteza, à surpresa, à apreensão e ao medo – decorre no espaço de cerca de um segundo”. (Goleman, 2002) Um dos inconvenientes deste avançado sistema de alarmes neuronais é o facto de as mensagens urgentes enviadas pela amígdala serem muitas vezes desactualizadas. Enquanto repositório emocional, a amígdala compara a informação que recebe no momento com situações do passado, por associação, e quando um elemento da actual situação é vagamente semelhante a um do passado, considera-o ”igual”, sendo por isso um “circuito tão pouco refinado: age antes de ter plena confirmação dos factos” (Goleman, 2002). A ansiedade deveria ser um mecanismo usado pelo nosso organismo para nos proteger e alertar para o perigo iminente, sempre que activado. Muitas das vezes, é de facto assim que acontece. Tanto serve para nos deixar em estado de alerta, prontos a reagir, ao nos depararmos com uma cobra, como para impulsionar o estudo para um exame, protegendo-nos de uma nota baixa e consequente abalo no nosso ego. No entanto, muitas também são as vezes em que o perigo não existe e, ainda assim, este sistema é activado, como que por engano. Está claro que é mais fácil desencadear todo o processo (via amígdala) do que travá-lo (via córtex pré-frontal). Um factor recorrente nas pesquisas citadas é a medida em que a ansiedade afecta as nossas vidas quando o sistema de defesa e alarme é disparado por um estímulo não específico ou que não representa um perigo real, seja para a sobrevivência do organismo ou a nível social. Mas não só o desencadear do mecanismo em situações não conflituosas, como também a persistência dos sintomas muito além do estímulo ou ameaça ter desaparecido se tornam uma constante nos dias de hoje e uma problemática a resolver. Sofia Morgado Hipnoterapeuta Referências: Golemam, D. (2002). Inteligência Emocional, 11ª edição. Lisboa: Temas e Debates – Actividade Editoriais, Lda. Gorman, C, Park, A., Whitaker, L. & Cray, D. (2002, Agosto 26). The Science of Anxiety. Time Europe, 160, 9, 46-54. Selye, H. (1978). The Stress of Life, Revised edition. New York: McGraw-Hill Book Co

Espelhos do Self - As Imagens Arquetípicas que Moldam a sua Vida

«O que é a sombra? O que é a ´anima´, o ´puer´, a velha, o embusteiro? Como essas figuras intemas - ou arquétipos- moldam a nossa personalidade e determinam nossas escolhas? Essas são algumas das principais questões que este livro se propõe a resolver. Cada um de nós contém um vasto elenco de personagens que moldam nossas percepções e influem em nossas decisões. Baseando-se nas propostas de Jung, esta coletânea analisa quarenta e cinco imagens diferentes de nosso mundo interior e mostra como as mesmas interagem e, assim, apoiam, desafiam, traem ou complementam umas às outras, criando o drama da vida. Alguns desses arquétipos já são bem conhecidos dos leitores de textos de psicologia: a criança interior, a Deusa, o curador, o Self E também são investigadas outras esclarecedoras figuras simbólicas: o órfão, o duplo, a heroína, a vítima, a lésbica, o amigo. O conjunto destes ensaios; penetrantes e perspicazes, escritos pelos psicólogos mais imponantes do momento, mostra ao leitor como: - identificar os arquetipos que estão atuando na sua vida interior; - decidir quais incentivar e quais modificar; - descobfir a aparencia que eles tem nos sonhos; - mostrar como aproveitar seu poder para enriquecer sua vida diária. Tomar consciência dos arquétipos que moldam sua vida favorece o aprofundamento das próprias sensações, a descobena de outras modalidades de percepção, o acesso a recordações já esquecidas e a revitalização dos relacionamentos. Os arquétipos podem servir de guia até para aspectos ocultos da natureza da própria pessoa. Se você aprender a vê-los e a ouvi-los podera libertar-se de seus receios e mobilizar todo um manancial de criatividade.» Descarregar do Mediafire

Livro: Consciência do SER

Um livro de reflexões sobre temas diversos do mundo físico-espiritual, como consciência, acção e reacção, mestres, o amor ou o bem e o mal. Temas estes que foram sendo pensados e traduzidos em palavras por mim ao longo de alguns anos.

Partilhar

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favoritos Mais